A SANGRIA DO BRASIL
Boa parte da dívida pública é gerada pela socialização de dívidas privadas, a maioria rombos fruto de corrupção no governo.
Isso é o que a "Auditoria Cidadã da Dívida" chama de" Sistema da Dívida". Funciona assim: o político, para pagar campanhas milionárias, ou simplesmente para ficar rico, coloca dinheiro público em empresas de fachada, ou obras superfaturadas, recebendo sua comissão.
Aí, o projeto dá errado, porque o dinheiro foi parar em outro lugar ou porque o empreiteiro foi escolhido não por competência, mas por comissão mais alta. Aí o governo compra a empresa (para salvar o comparsa) ou refaz a obra, assumindo todas as dívidas geradas pelo esquema.
Como o dinheiro público não dá, o governo pega emprestado. Com medo de emprestar ao perdulário que é o governo, ou por simples oportunismo, o banco pressiona para que o juro suba. Além disso, o governo não pega emprestado do cidadão via tesouro direto, como deveria, ficando na mão de meia dúzia de bancos.
Aí, o juro sobe.
E a roda gira, mais roubo, mais fracasso, mais dívida, mais juro.
Isso tem que acabar.
Essa constatação não tem coloração partidária ou política.
É uma verdade a ser observada pela ótica de Estado e não de governo. Tanto a direita quanto a esquerda devem entender que o sistema da dívida foi longe demais.
É hora de parar com isso e auditar a dívida, legislar de forma a impedir que doravante os governantes abusem do esforço de poupança nacional, favorecendo amiguinhos, ao custo da saúde, educação, segurança e transporte.
Quanto ao passado, a dívida deve se tornar pagável ou ninguém vai receber.
Nem ter serviço público minimamente aceitável.