Eleições

O Brasil está dividido.
Eu também.
Estou cansado desse velho jeito de fazer política:
Mentir, dizer meias verdades, depreciar e desrespeitar o outro, sem quaisquer limites. Dar ares de verdade a ilações tecidas por réus confessos sem investigações que as suportem.
Ontem voltava de SP de trem e vi militantes políticos uniformizados agredindo pessoas porque discordavam deles. Isso não é só velha política, é a tática nazista de tentar calar o outro pela força. Esse caminho vai nos conduzir não só a outras jornadas como as de junho de 2013, mas a confrontos urbanos e saídas totalitárias sejam elas de direita ou de esquerda.
Se isso acontecer terei então de escolher um exército com o qual me perfilar.
Por isso não admito a hipótese de votar nulo. A considero uma espécie de capitulação, de renúncia ao meu humilde dever de influir e decidir sobre o futuro do meu país.
Não é com prazer que concluo que, para evitar que isso aconteça, devo ter a coragem de escolher senão o melhor candidato, posto que minha opção já foi derrotada 2 vezes no 1º turno, mas pelo menos quem trará menos danos ao futuro que almejo para mim, minha família, meus amigos, meus compatriotas.
Já que, ao invés de discutir honestamente as propostas, ambas as campanhas se dedicam a demonizar os adversários, escondendo o que seu grupo pretende realmente fazer se eleito, resta-me o passado de para me informar na escolha.
O fato é que há pouca diferença entre eles. São duas opções de centro direita. Não obstante o nome que utilizem em suas facções.
O PT avançou mais na área social sem sombra de dúvida, E não foi só pelo Bolsa Família, que nem é criação deles. Foi pela inclusão milhões de brasileiros na classe média através da expansão do crédito e pelo aumento do salário mínimo e atenção ao nordeste, entre outras coisas.
Mas a derrota da inflação, sem dúvida é um grande mérito do PSDB. Ela permitiu que os programas de transferência de renda implementados posteriormente não fossem corroídos pela carestia. Além disso, eles inauguraram uma forma de governar que evitou os pacotaços e dialogando com a sociedade antes de implementar medidas polêmicas.
É verdade que Fernando Henrique foi mais assim que o Alkmin. Como é verdade que Lula foi mais assim que Dilma.
Quanto à repressão, vejo pouca diferença entre eles. Alkmin põe a polícia contra trabalhadores e Dilma fez o mesmo na copa do mundo. Aqui o PT é pior, pois sufoca as manifestações dos movimentos sociais pela ação da articulação de seus líderes infiltrados obstruindo ações legítimas mas inoportunas.
O PSDB se uniu às forças da extrema direita representadas pela oligarquia (ACM, Sarney, Maluf e etc.). O PT também (Collor, Sarney, Maluf e etc.).
O PSDB defende a meritocracia como forma de melhorar a gestão, enquanto o PT defende a representatividade social como a melhor forma de gerir. Aqui, vejo vantagens nas duas abordagens, pois a meritocracia sozinha não promove avanço social, pois os filhos dos privilegiados sempre estarão mais preparados, enquanto a representatividade social não otimiza a eficiência dos recursos públicos, pois não coloca as melhores cabeças nos postos chaves.
Há denúncias de corrupção em ambos os casos. Tanto na Petrobŕas, quanto nos Metrôs e Trens, as evidências apontam para a existência de desvios. No Mensalão do PT a Justiça já confirmou o crime. No do PSDB, ainda não julgado, além do Marcos Valério, parece haver indícios da existência de petistas envolvidos.
O PT justifica seus atos de corrupção pela "necessidade" de levantar dinheiro para financiar campanhas (o que acho imoral). O PSDB atribui a corrupção a casos isolados.
Concluo que pouco os diferencia aqui. Considero a corrupção do PT pior, pois o mensalão provou que é mais organizada e com objeto ilícito definido.
Das pessoas que conheço, quem vota no PT o faz porque considera que, a despeito da corrupção, houve mais avanços sociais que os justificam.
As que votam no PSDB o fazem porque consideram a corrupção petista pior, os consideram melhores gestores e porque temem o retorno do descontrole da coisa pública.
Eu quero mudança. Quero responsabilidade ambiental, quero respeito à liberdade individual, inclusive das minorias, quero que o patrimônio público seja usado somente no que for aproveitar a todos indistintamente.
Mas nenhuma das opções é realmente isso.
Me resta a alternância de poder. É a pouca mudança possível.
Acho que devíamos ter trocado Alkmin e acho que devemos trocar Dilma.
Já votei em Fernando Henrique, em Lula e em Dilma.
Vou votar em Aécio.
Dessa vez.
http://romeumeirelles.blogspot.com.br/2014/10/eleicoes.html

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