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Mostrando postagens de 2014

Eleições

O Brasil está dividido. Eu também. Estou cansado desse velho jeito de fazer política: Mentir, dizer meias verdades, depreciar e desrespeitar o outro, sem quaisquer limites. Dar ares de verdade a ilações tecidas por réus confessos sem investigações que as suportem. Ontem voltava de SP de trem e vi militantes políticos uniformizados agredindo pessoas porque discordavam deles. Isso não é só velha política, é a tática nazista de tentar calar o outro pela força. Esse caminho vai nos conduzir não só a outras jornadas como as de junho de 2013, mas a confrontos urbanos e saídas totalitárias sejam elas de direita ou de esquerda. Se isso acontecer terei então de escolher um exército com o qual me perfilar. Por isso não admito a hipótese de votar nulo. A considero uma espécie de capitulação, de renúncia ao meu humilde dever de influir e decidir sobre o futuro do meu país. Não é com prazer que concluo que, para evitar que isso aconteça, devo ter a coragem de escolher senão o melhor...

Eduardo Campos

Tristeza Ontem, como o resto do Brasil, fiquei surpreso com a notícia da queda de um avião em Santos e a possibilidade que Eduardo estivesse nele. Acabara de vê-lo no jornal nacional na noite anterior e suas idéias, sua determinação e sua vitalidade me impressionaram. Era, como muitos, um homem que tinha um projeto para o país. Mas, como poucos, era um homem que, independentemente da enorme dificuldade de alcançar seu sonho, definitivamente tirava sua energia da perspectiva da sociedade que almejava ver construída. Gostei do que vi. Estava ali um político honesto, um homem leal, sem hipocrisias, de peito aberto, sem usar de meias verdades, defendendo suas idéias independentemente de seu impacto eleitoral. Quando veio a confirmação da tragédia, fiquei atônito e consternado. Como era paradoxal! Pensar que a maioria das pessoas não vive propriamente, mas vegeta dia após dia, sem reflexão, perdida nas dificuldades de suas existências, sem se dar conta do fato de que boa parte de ...

Honestidade Intelectual e Representatividade

Uma vez perguntei a um colega, um servidor público conhecido por suas posições públicas a favor da manutenção de direitos adquiridos, qual era sua orientação política. Para minha surpresa, ele me disse em alto e bom som que era "comunista"! Fiquei surpreso.  Não só porque depois da queda do muro de Berlim e da fragmentação da esquerda a gente nem sabe mais o que significa exatamente essa expressão, mas principalmente por achar muito curioso alguém que, ideologicamente defende a igualdade econômica entre todos, ao mesmo tempo que na prática defende a manutenção do seu status social com base na principal ideia liberal que é a da manutenção dos contratos. Questionado, ele me respondeu que uma coisa não tem nada a haver com a outra. Que antes de dividir o dele dever-se-ia dividir o do grande capitalista. Talvez na esperança que quando chegasse sua vez, não fosse necessária uma grande contribuição. Mas não quero entrar no mérito dessa discussão aqui. Queria apen...

O dilema do servidor do judiciário

O servidor do poder judiciário encontra-se diante de um sério dilema: De um lado, percebe que, mesmo depois do enorme esforço de passar por um exaustivo processo de concurso público, a carreira conquistada não lhe oferece perspectivas, demandando urgentemente grande esforço para conquistar sua reestruturação.  Há muitos técnicos experientes, em desvio de função, desempenhando o trabalho que deveria ser realizado pelos analistas, não sendo todavia remunerados como tal. Da mesma forma, há muitos analistas atuando em tarefas bem abaixo do seu potencial, em flagrante desperdício de recursos públicos.  Não há alternativa interna de qualificação capaz de produzir progressão efetiva para os analistas nem para os técnicos com nível superior. A ascensão na carreira está totalmente despida de critérios claros e objetivos e depende cada vez mais de mecanismos perniciosos como "pistolões" e trocas de favores. Em decorrência disso, o trabalho é ineficiente, o ambiente é des...

A SANGRIA DO BRASIL

Boa parte da dívida pública é gerada pela socialização de dívidas privadas, a maioria rombos fruto de corrupção no governo. Isso é o que a "Auditoria Cidadã da Dívida" chama de" Sistema da Dívida". Funciona assim: o político, para pagar campanhas milionárias, ou simplesmente para ficar rico, coloca dinheiro público em empresas de fachada, ou obras superfaturadas, recebendo sua comissão.  Aí, o projeto dá errado, porque o dinheiro foi parar em outro lugar ou porque o empreiteiro foi escolhido não por competência, mas por comissão mais alta. Aí o governo compra a empresa (para salvar o comparsa) ou refaz a obra, assumindo todas as dívidas geradas pelo esquema.  Como o dinheiro público não dá, o governo pega emprestado. Com medo de emprestar ao perdulário que é o governo, ou por simples oportunismo, o banco pressiona para que o juro suba. Além disso, o governo não pega emprestado do cidadão via tesouro direto, como deveria, ficando na mão de meia dúzia de bancos...